Cia. Extemporânea apresenta peça que é resultado de anos de pesquisa e une teatro e cinema no palco. Link para fotos - https://bit.ly/3yV9rJj
O conceito do falso dominou as discussões contemporâneas, com o crescimento das fakes news e da realidade virtual. Para explorar esse tema e dividir com o público o resultado de anos de estudo, a Cia. Extemporânea apresenta sua comédia com elementos de terror O Mistério Cinematográfico de Sendras Berloni, em cartaz de 18 de junho a 3 de julho no Espaço Cultural A Próxima Companhia, no Centro de São Paulo. A pesquisa do grupo já deu origem a duas outras expressões artísticas: o espetáculo online B de Beatriz Silveira e o curta-metragem Falso Filme, ambos de 2021. Para pesquisar os efeitos do falso, a Extemporânea criou o núcleo F de Falso, coordenado pela diretora e pesquisadora Ines Bushatsky, que também estuda o tema em sua pesquisa de doutorado na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Para eles, essa é uma possibilidade de explorar a criatividade artística. “A motivação que nos levou a pesquisar esse tema partiu de uma inquietude em torno do que se convencionou chamar, nos últimos anos, de ‘pós-verdade’. A ideia por trás desse conceito seria a de que, no nosso tempo, a verdade deu lugar a uma série de narrativas sem compromisso com os fatos. O problema dessa maneira um tanto simplista de ver as coisas, para a gente, estava no fato de que o falso também carrega consigo um grande potencial criativo. Os exemplos disso na arte são inúmeros, como os filmes como F for fake, de Orson Welles, e Cidade dos Sonhos, de David Lynch. Essas e outras referências motivaram a gente a enxergar o falso e a falsificação não como problemas a seres resolvidos, mas como dispositivos criativos”, explica a diretora Ines Bushatsky. Diante das várias possibilidades criativas que o falso proporciona, o grupo resolveu, nesta peça, abordar também os conceitos de duplo e dublê. Na história, quatro personagens investigam o desaparecimento misterioso do dublê Sendras Berloni durante as filmagens do longa-metragem Uma Noite Para Não Esquecer, em 1999. Cada um vai tentar trazer o dublê de volta “aos pedaços”, através da evocação de diferentes partes do seu corpo (rosto, voz, alma e joelhos). “O dublê performa os truques perigosos e as acrobacias durante as filmagens, mas, no corte final do filme, não pode ser reconhecido. Ou seja, o trabalho do dublê é ser visto sem ser visto. Por isso, na peça, dizemos que o ‘dublê é o mestre do desaparecimento: ele desaparece diante dos olhos de todos’. O enredo do espetáculo veio dessa ideia”, conta o dramaturgo João Mostazo. A peça está intimamente ligada ao cinema não só porque seus personagens investigam um caso ocorrido no set de um longa, mas também pela pesquisa da companhia, que se inspirou em clássicos, e das projeções audiovisuais que fazem parte do espetáculo. A encenação se fundamenta justamente na junção das linguagens teatral e cinematográfica, usando recursos de projeção e video mapping, criados por Sue Adur e Clara Martins Hermeto, além de utilizar recursos de som e imagem para criar truques, ilusões e efeitos. “Um elemento importante do espetáculo são os painéis sobre os quais o público vê imagens projetadas. A gente usa esses recursos não apenas como elementos ilustrativos, mas como imagens que participam do jogo da cena. Então os atores e atrizes, além de contracenarem uns com os outros, muitas vezes contracenam com as imagens projetadas, e por vezes com imagens deles mesmos, o que remete, novamente, aos jogos de duplo, do ‘eu’ diante da minha própria imagem gravada”, conta a diretora. O filme de terror que está no centro da peça seria uma espécie de filme B, de baixo orçamento, por isso, o cenário, criado pelo coletivo Cenogram, é tomado por um pântano e os adereços cênicos remetem a essa característica cômica. Os figurinos e a trilha sonora trazem elementos dos anos 1990. E a história oscila o tempo todo entre o terror e a comédia. “O objetivo é fazer com que o público se divirta. Ao mesmo tempo, a ideia é criar uma sensação de curiosidade em torno dessa figura do dublê desaparecido, que instigue o público a querer saber mais sobre esse caso”, diz o dramaturgo João Mostazo. Sobre a Companhia A Extemporânea é um grupo teatral com 7 anos de atuação na cidade de São Paulo. Realizou entre 2015 e 2020 as peças Fauna Fácil de Bestas Simples (2015), A Demência dos Touros (2017) e Roda Morta – Uma Farsa Psicótica (2018). Esta última, adaptada para o cinema, deu origem ao primeiro longa-metragem com realização e produção da companhia, Rompecabezas (2020), que estreou no 15º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, em dezembro de 2020. Em 2021, a cia. estreou o curta-metragem FALSO FILME e o espetáculo online B de Beatriz Silveira. Ficha técnica Ficha técnica Direção: Ines Bushatsky. Assistência de direção: João Mostazo. Dramaturgismo: Bruno Conrado, Clara Martins Hermeto, João Mostazo. Elenco: Alexandre Marchesini, Débora Gomes Silvério, Giovana Telles, Henrique Natálio. Participação: Beatriz Silveira e Letícia Calvosa. Audiovisual: Clara Martins Hermeto, Sue Adur. Video mapping: Sue Adur. Luz: Francisco Turbiani. Cenografia e Arte Gráfica: Cenogram. Produção de vídeo: Cabograma, Extemporânea. Realização: Extemporânea. Serviço: O Mistério Cinematográfico de Sendras Berloni Estreia dia 18 de junho, sábado às 21h, no Espaço Cultural A Próxima Companhia Temporada de 18 de junho a 3 de julho - Sábados às 21h e domingos 20h. Duração: 80 min Ingressos: Inteira: R$40,00; Meia: R$20,00; Ingresso Solidário R$5,00; Ingresso Apoie o Espetáculo R$ 80,00 Classificação etária: 14 anos Espaço Cultural A Próxima Companhia Rua Barão de Campinas, 529 - Campos Elíseos. Capacidade 40 lugares. Vendas online: https://www.sympla.com.br/ciaextemporanea Informações para a imprensa: Adriana Balsanelli Telefone: 11 992454138 imprensa@adrianabalsanelli.com.br |
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