Os I nsensatos (Set22)
mundana companhia estreia Os Insensatos, a partir de estudos das relações entre o povo tupinambá e os colonizadores portugueses, no Sesc Belenzinho
O espetáculo apresenta quatro alegorias da insensatez social brasileira como o mal-uso da coisa pública, o consumismo, o desinteresse pela racionalidade e a relação superficial com o conhecimento
Espetáculo Os Insensatos. Crédito: Alessandra Nohvais. Baixe mais imagens de divulgação aqui O espetáculo Os Insensatos apresenta quatro alegorias da insensatez social brasileira. O mal-uso da coisa pública, o consumismo, o desinteresse pela racionalidade e a relação superficial com o conhecimento são algumas das características das figuras em cena. A peça faz temporada de 8 a 18 de setembro no Sesc Belenzinho.
O brasileiro aqui é olhado pela lente da insensatez. E essa lente foi aumentada fazendo as figuras superarem suas características elementares de personagens humanos à medida que seus corpos interagem com elementos do entorno e vão tomando formas carregadas de significados.
A peça é composta de algumas camadas de leitura e por diferentes conexões com a questão central: a insensatez. A trilha sonora, os figurinos, as frases escritas nos figurinos, os textos, os vídeos, o gestual dos atores e os objetos de cena constituem um corpo cênico feito de elementos que não necessariamente se complementam ou se equivalem. Permitindo até mesmo interpretações independentes por parte do espectador.
Sobre uma ideia original de Cristian Duarte e de uma seleção de textos de André Sant’Anna, os artistas-criadores Aury Porto, Joana Porto, Roberta Schioppa, Rogério Pinto, Zahy Guajajara e o próprio idealizador criaram um roteiro partindo da premissa de exploração que os colonizadores europeus estabeleceram com as terras “brasileiras” e com seus povos originários, desde o início do processo de colonização no século XVI.
“Exploração que atravessa séculos seguindo os mesmos procedimentos que sedimentaram uma certa "mania" predatória e excludente que, para além das anedotas, também nos caracterizam como brasileiros”, diz Aury Porto. O elenco conta com a participação de Anderson Kary Baya, André Sant'Anna, Aury Porto, Erika Puga e Lena Roque
Sobre a mundana companhia Desde o ano 2000, inspirados pela militância política dos artistas de teatro da cidade de São Paulo junto ao movimento “Arte contra a Barbárie”, Aury Porto e Luah Guimarãez desejavam criar um núcleo artístico formado essencialmente por atores-produtores.
Almejavam formar uma companhia teatral na qual, a cada projeto, idealizado e produzido necessariamente por um ou mais atores, um/a diretor/a, com afinidades afetivas e estéticas com os membros da companhia, seria convidado/a a integrar-se a esta. O mesmo ocorreria com os profissionais das outras áreas, como cenografia, figurino, música, luz, e até mesmo com outros atores.
A cada projeto, a companhia teria um quase novo corpo forjado na ideia de continuidade na transitoriedade. Assim foi gestada a mundana companhia (nome integralmente grafado em letras minúsculas).
Criado em 2007, o grupo criou os espetáculos Medeamaterial, Máquinas do Mundo, Necropolítica, Dostoiévski-Trip, Na Selva das Cidades- Em Obras, O Duelo, Pais e Filhos, O Idiota – Uma Novela Teatral, Tchekhov 4 – Uma Experiência Cênica, Das Cinzas e A Queda.
Atividade formativa Além do díptico, a mundana companhia organiza quatro encontros prático-teóricos, com três horas de duração cada, no Sesc Belenzinho, a partir do material de pesquisa e do processo de criação dos espetáculos "Guerra em Iperoig" e "Os Insensatos".
“A pandemia atravessou o processo criativo do que seria um único espetáculo teatral: Guerra em Iperoig. E o isolamento social nos levou para encontros virtuais que fizemos com regularidade. A vivência desse tipo de encontro incomum nos processos criativos teatrais nos fez inventar novos procedimentos de trabalho com a contribuição de todos os membros da equipe. Novas e diversas fontes de estudo foram compartilhadas e debatidas. Novos textos, imagens e cenas aumentaram o volume de material de trabalho para a futura encenação sem data prevista para estrear. O longo tempo e a quantidade de material produzido possibilitou a criação de dois roteiros que nos levaram a duas peças esteticamente diversas”, reflete o artista.
Partindo desse histórico de trabalho, o ator Aury Porto vai dividir a condução de cada um dos encontros com os artistas da equipe da mundana companhia que trabalharam ao longo do processo em 2020.
3 de setembro, das 15h às 18h Aury Porto + André Sant'Anna: Ideia original e seu desdobramento, escritura e reescritura dos textos da cena ao longo do ano de 2020
10 de setembro, das 15h às 18h Aury Porto + Renato Sztutman e Stelio Marras: Histórias das relações entre os povos originários e os colonizadores europeus ao longo do primeiro século de colonização dessa faixa litorânea entre São Paulo e Rio de Janeiro
17 de setembro, das 15h às 18h Aury Porto + Rogério Pinto: Materiais e procedimentos na criação plástica dos espetáculos "Guerra em Iperoig" e "Os Insensatos" Serviço Os Insensatos, com mundana companhia Temporada: De 8 de setembro a 18 de setembro, Quinta a Sábado, às 21h30. Domingo, às 18h30 Classificação: 14 anos Duração: 55 minutos Sesc Belenzinho – Rua Padre Adelino, 1000, Belenzinho Ingressos: R$30 (inteira), R$15 (meia-entrada) e R$9 (credencial plena) Vendas online em www.sescsp.org.br
Sinopse: A peça apresenta quatro alegorias da insensatez social brasileira. O mal-uso da coisa pública, o consumismo, o desinteresse pela racionalidade e a relação superficial com o conhecimento. O espaço cênico é inspirado nas praças de alimentação dos shopping centers, e se configura como um octógono, onde o público está ao meio, circundado por diversos televisores e por quatro figuras histriônicas e insensatas que debatem em seus nichos.
Ficha Técnica Roteiro: Aury Porto, Cristian Duarte, Joana Porto, Roberta Schioppa, Rogério Pinto e Zahy Guajajara Direção: Aury Porto, Cristian Duarte, Joana Porto e Rogério Pinto Elenco: Anderson Kary Baya, André Sant'Anna, Aury Porto, Erika Puga e Lena Roque Direção de Movimento: Cristian Duarte Assistente de direção de arte: Beatriz Coelho Maquiagem: Rogério Pinto Luz: Wagner Antônio Operação de luz: Felipe Tchaça e Sibila Vídeos e programação audiovisual: Bruna Lessa Contrarregragem: Rafael Matede Sonoplastia, operação de som e operação de vídeo: Ivan Garro Colaboração Conceitual: Renato Sztutman e Stelio Marras Gestão de projeto: Metro Gestão Cultural Produção Executiva: Bia Fonseca SESC BELENZINHO Estacionamento Transporte Público
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