O Amor e a Peste (Fev2021)
Obra criada pelos atores Flavia Couto e Pedro Guilherme é Inspirada na vida e obra de Anais Nin e Antonin Artaud, além dos diários escritos pelo próprio casal de atores durante o isolamento social. Para além desses autores inspiradores do projeto foram trazidas ainda as reflexões sobre erotismo de Bataille, Lou-Andreas Salomé e sobre a erótica da loucura de Deleuze.
O projeto é apresentado em dois dias, tendo dois movimentos diferentes. O “Movimento 1: Da vida à arte” é apresentado sempre às sextas-feiras às 20h, e o “Movimento 2: Da arte à vida” é apresentado sempre aos sábados às 20h. A temporada vai de 19 de fevereiro a 06 de março, com cotas de ingressos gratuitas e de R$ 15,00 a R$ 40,00. A transmissão acontece pelo zoom com reserva de ingressos pela plataforma Sympla. A peça faz parte do Projeto EPIDEMIAS contemplado pelo Proac Expresso Lab no. 36 da Lei Aldir Blanc pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.
“Escolhemos o título “O Amor e a Peste” como extensão desses dois movimentos da peça, que além de refletir sobre as questões entre arte e vida trazem à tona as duas polaridades: Eros, êxtase do encontro amoroso e o impulso de criação; e Thanatos, a separação amorosa dos corpos dos amantes, a pulsão de morte de uma sociedade maquinal, a peste, os movimentos disruptivos.” Comenta Flavia.
O Amor e a Peste nasceu de uma imersão realizada no período de isolamento durante a pandemia, tendo como ponto de partida e inspiração as relações entre vida e arte suscitadas no encontro artístico e amoroso de Antonin Artaud e Anaïs Nin. Esses artistas emblemáticos inspiraram os atores-criadores, o casal de atores Flavia Couto e Pedro Guilherme, a escrever diários, reflexões e inquietações durante o período de isolamento, acerca dos processos vividos por eles, tanto no âmbito da vida como da criação. O casal de artistas transpõe poeticamente a experiência de viver as flutuações de uma relação afetiva em meio ao confinamento e dentro de uma imersão criativa, estendendo à cena essas oscilações e pulsões de vida, do amor, e de morte, que chegam no ápice quando foram contaminados pela Covid-19, num extremo da turbulência do momento político-social.
Assim, a dramaturgia constrói sua teia narrativa nesses entrelaçamentos entre Artaud e Pedro e Anaïs e Flavia, na relação entre Vida e Arte, entre Eros e Thanatos, o êxtase e a finitude das coisas - a morte, criando um paralelo com a realidade atual.
Durante esse período de isolamento, de residência artística na própria casa, foram convidados para participar de maneira remota diversos colaboradores de áreas distintas para trazer contribuições práticas e teóricas, proporcionando afunilar a dramaturgia do corpo e texto, aprofundando a tessitura do material das reflexões trazidas pelos atores, além de um olhar externo, direcionamentos ao trabalho do ator, corporal, dramatúrgico, sonoro e visual. São eles: os diretores provocadores Donizeti Mazonas e Maria Fernanda Vomero, a preparadora corporal Lara Dau Vieira e o músico Edson Secco, que assina a trilha sonora original.
Pedro conta que “a necessidade é de refletir sobre a banalização da vida e situar essa criação que reflete sobre o mundo atual, por meio do testemunho de dois importantes artistas como Antonin Artaud e Anaïs Nin”. Assim, foram resgatados na dramaturgia alguns dados históricos, como a conferência “O Teatro e a Peste” de Antonin Artaud, realizada na Sorbonne em 1933 e registrada no diário de Anaïs Nin. Essa cena é um dos pontos de partida para uma das reflexões centrais da peça, sobre o resgate da sensibilidade e do corpo afetivo do homem em meio a uma sociedade tão maquinal e mercantil. A frase que Anaïs fala a Artaud no dia da conferência e registra em seu diário vai no cerne da questão “Para você morrer de peste, não é mais terrível que morrer de mediocridade, de espírito mercantil, da corrupção que nos rodeia”.
Sinopse
A peça se divide em dois movimentos. O movimento "Da Vida para a Arte" fala do encontro amoroso de Anaïs Nin e Antonin Artaud. Esse encontro de um erotismo fantasmático, permite o espelhamento do casal de atores Flavia Couto e Pedro Guilherme no momento atual, em que partilham a experiência de viver uma relação afetiva em meio ao confinamento de uma pandemia, quando foram contaminados pelo Covid. O segundo movimento "Da Arte para a Vida", fala do encontro artístico entre Anaïs Nin e Antonin Artaud, em que Anaïs descreve em seu diário a conferência “O Teatro e a Peste” realizada em 1933 por Artaud e a criação de ambos contaminados nas relações arte e vida. Essa parte também conta com as reflexões dos atores sobre o processo de criação em tempos de crise.
Nos dois movimentos, o encontro entre Anais e Artaud se expande para a realidade do casal de atores, criando uma outra linha dramatúrgica paralela. Os personagens e atores se contaminam, se misturam, construindo pontos de convergência entre textos, que conduzem o discurso da peça.
Sobre Núcleo do Desejo
O núcleo "Do desejo" é formado por Flavia Couto e Pedro Guilherme e tem a colaboração de diversos artistas como Antônio Januzelli, Donizeti Mazonas, Maria Fernanda Vomero, convidados para criação/pesquisa de projetos acerca de escrituras da cena, do corpo e texto, investigando o desejo como eixo central, a potência de vida e criação que ele provoca, bem como pulsão de morte.
2020 - O Tablado Lírico de Hilda Hilst parte 2 - e O Tablado Lírico de Hilda Hilst parte 1- - Programação online da biblioteca Mário de Andrade; 2019 - Escrituras Desejantes -
CIA. PROVISÓRIO- DEFINITIVO
Criada em 2001 por formandos em Artes Cênicas na ECA-USP, a Cia. Provisório-Definitivo comemora 18 anos. Cia. premiada, EM 2018 representou o Brasil no Festival Damai Super Live em Chengdu, na China, com AS ESTRELAS CADENTES DO MEU CÉU SÃO FEITAS DE BOMBAS DO INIMIGO - duas indicações para o Prêmio Shell 2013 (Melhor Direção e Melhor Iluminação). Sua última montagem, DADESORDEMQUENÃOANDASÓ foi contemplada com o Prêmio Zé Renato de Teatro – 2015 e o Proac Circulação - 2017. O espetáculo GANGUE foi o grande vencedor do Prêmio FEMSA em 2013, sendo premiado em três categorias (Melhor Espetáculo Jovem 2012, Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Atriz Coadjuvante), PELOS ARES venceu o Prêmio de Melhor Peça Infantil no Cultura Inglesa Festival (2010); e FAMÍLIA DRAGÃO foi indicada ao Prêmio FEMSA 2009 de Melhor Ator Coadjuvante. Já TODO BICHO TUDO PODE SENDO O BICHO QUE SE É ganhou o Prêmio Funarte Petrobrás para Montagem de Textos Inéditos e indicação ao Prêmio FEMSA 2007 de Melhor Autor – Pedro Guilherme. Seu espetáculo de estreia, VERDADES, CANALHAS, foi premiado em todos os festivais que participou. A Cia. tem na sua trajetória seis espetáculos adultos, cinco infantis e um espetáculo jovem. Participou de inúmeros festivais e projetos de circulação teatral.
Flavia Couto- intérprete-criadora
Flavia Couto é atriz, diretora, produtora e bailarina flamenca. Doutoranda no Programa de Artes da Cena na linha Poéticas e Linguagens da Cena da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp. Mestre em Pedagogia do Teatro (2009) pela Universidade de São Paulo ECA/USP. Bacharel em Interpretação Teatral (2005) pela Universidade de São Paulo ECA/USP. Ministra aulas de Interpretação Teatral, Corpo, Voz e produção na Escola de Atores Nilton Travesso.
Seus trabalhos mais recentes no teatro como atriz foram “Anaïs Nin à flor da pele”, direção de Aline Borsari do Théâtre du Soleil, "Hamlet-ex-machina" direção: Érika Bodstein, "A Casa de Bernarda Alba" - leitura dramática musical - direção Maria Thaís, “Floema”, direção: Donizeti Mazonas, “Vestir o Pai” de Mário Viana, ''Selvagens. Homem de olhos tristes'', dirigido por Hugo Coelho e "O Unicórnio", dirigido por Christina Trevisan.
No cinema participou dos longas: "Amador" e “À procura de Borges” – ambos Direção: Cristiano Burlan (2016); e da série de TV "A Vida Alheia", da Tv Globo (2010).
Pedro Guilherme – intérprete-criador
Ator, dramaturgo, produtor, diretor, Pedro tem um vasto currículo no Teatro paulistano. Em 2020 atuou na peça CORPO de vários autores (Silvia Gomez, Carla Kinzo, Fernanda Rocha, Marcos Gomes e Lucas Mayor) e direção de Lucas Mayor e Marcos Gomes e participou da residência artística TEATRO AGONIZANTE do argentino Lisandro Rodriguéz na MIT-São Paulo. Em 2019, participou como ator do Workshop “Théâtre Total” em Les Cabannes na França. Em 2018, participou como ator e produtor do Festival Damai Supre Live em Chengdu na China com o espetáculo AS ESTRELAS CADENTES DO MEU CÉU SÃO FEITAS DE BOMBAS DO INIMIGO, uma criação coletiva da Cia. Provisório-Definitivo dirigida por Nelson Baskerville.
Também em 2018, esteve em cartaz como ator em HAMLET EX-MÁQUINA de Heiner Muller, direção de Erika Bodstein; A MORTE
ACIDENTAL DE UM ANARQUISTA de Dário Fo, direção de Hugo Coelho; e viajou pelo interior do estado de São Paulo pelo PROAC de Circulação como ator e produtor do espetáculo DADESORDEMQUENÃOANDASÓ de Davey Anderson, direção de Carlos Baldim, sendo a última montagem da Cia. Provisório-Definitivo, contemplado com o Prêmio Zé Renato de Teatro na época da sua estreia em 2016.
Em 2016, esteve em cartaz como ator com o espetáculo HUIS CLOS – A PORTAS FECHADAS de Jean Paul Sartre com direção de Diego Mosckovitch. Em 2016, o espetáculo O ANIVERSÁRIO DA INFANTA, texto seu, estreou como um dos selecionados do 20º Cultura Inglesa Festival.
No ano de 2014, foi contemplado com o PROAC Nº 40 de Incentivo a criação literária – Texto De Dramaturgia para a pesquisa e criação de (A) DOR(A), texto Vencedor do 2º Concurso Fetaerj de Dramaturgia Prêmio João Siqueira no Rio de Janeiro em 2015.
Responsável pela dramaturgia de GANGUE, que recebeu Prêmio Femsa de melhor espetáculo jovem de 2012. Escreveu também HISTÓRIAS POR TELEFONE, que ganhou o APCA de 2011 de Melhor Peça Infantil, com a qual Pedro também foi indicado ao Prêmio Femsa de Melhor Autor de Texto Adaptado em 2011. Assim como é dele a dramaturgia da Melhor Peça Infantil da Cultura Inglesa Festival de 2010, a peça PELOS ARES. E o reconhecimento do trabalho dramatúrgico dele começou em TODO BICHO TUDO PODE SENDO O BICHO QUE SE É, onde foi indicado ao Prêmio Femsa 2007 como Melhor Autor de Texto Original. Vale ressaltar também a parceria com Carla Candiotto no texto de A VOLTA AO MUNDO EM OITENTA DIAS, a parceria com Hugo Possolo na confecção de esquetes do espetáculo EX-FILHOS, a parceria com Vany Alves na roteirização de PRINCESA, EU?, e por último a escrita colaborativa com Nelson Baskerville no espetáculo AS ESTRELAS CADENTES DO MEU CÉU SÃO FEITAS DE BOMBAS DO INIMIGO, onde Nelson Baskerville está indicado ao Prêmio Shell.
Formado pela ECA-USP em Bacheraledo – Interpretação Teatral (2001), trabalhou 6 anos com o grupo Parlapatões.
Ficha técnica
Concepção, dramaturgia e intérprete Criadores: Flavia Couto e Pedro Guilherme
Diretores Provocadores: Donizeti Mazonas e Maria Fernanda Vomero
Preparação Corporal e Desenho de Movimento: Lara Dau Vieira
Trilha sonora Original: Edson Secco
Operação de som e vídeo: Paula Arruda
Serviço
Apresentações: de 19 de fevereiro a 06 de março, sempre às 20h.
Ingressos: cotas de ingressos gratuitas e de R$ 15,00 a R$ 40,00
Links para reserva de ingressos:
Dia 19 de fevereiro, movimento 1:
https://www.sympla.com.br/o-
Dia 20 de fevereiro, movimento 2:
Dia 26 de fevereiro, movimento 1:
https://www.sympla.com.br/o-
Dia 27 de fevereiro, movimento 2:
Dia 05 de março, movimento 1:
Dia 06 de março, movimento 2:
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