Chernobyl (Abril22)




Chernobyl tem sessões no Teatro Aliança Francesa 

e relembra os 36 anos da tragédia

O desespero de uma família que abandona tudo em meio ao caos de um acidente nuclear é narrado na peça da dramaturga francesa Florence Valéro. 26/4


  27 de abril, às 20h. Na época, o mundo acompanhou com perplexidade as notícias de que uma explosão havia destruído o reator nuclear da usina de Chernobyl, próxima à cidade de Pripyat, na Ucrânia. Após o desastre, a região foi esvaziada e a população nunca mais pôde voltar, deixando suas casas, seus bens e, principalmente, suas histórias para trás. Essa é a tônica do espetáculo que estreou em 2019 em São Paulo, foi sucesso de crítica e público.

 

O espetáculo foi escrito pela dramaturga francesa Florence Valéro, tem direção de Bruno Perillo e as atrizes Carolina Haddad (que também traduziu o texto), Joana Dória, Manuela Afonso e Nicole Cordery no elenco. 

 

Sobre o espetáculo

O texto, capaz de inserir o público no centro dos acontecimentos, foi escrito em 2017 pela dramaturga francesa Florence Valéro, nascida no mesmo ano do acidente nuclear. “Profundamente agitada, saturada com informações sobre a catástrofe e suas precipitações, eu já não tinha gosto nenhum pelo naturalismo gélido e desejava recorrer à fábula para falar das raízes perdidas. Porque as vítimas de Chernobyl são exiladas, gente forçada a deixar suas casas, sem jamais revê-las. Imaginei de partida os porta-vozes do conto, pesquisadores da zona de exclusão, convivendo com os vestígios radioativos. O que eles têm para nos dizer? Eles vão nos contar a história de que personagens?”, provoca a autora que deu vida à história.

 

Desde o início, o espectador é apresentado à boneca Antonia, protagonista-narradora da trama, cujos olhos de vidro cor esmeralda veem tudo ao redor. Antonia tem consciência do que está acontecendo, porém, assim como os demais personagens inseridos na catástrofe, sente-se impotente e incapaz de agir frente ao horror do que se anuncia. A boneca, do mais fundo de seu ventre, “deseja, sofre e grita”, enquanto acompanha a dor de “sua família” no exílio forçado, no desamparo pelas autoridades, na vida que ficou e nunca mais voltará.

 

As atrizes revezam-se entre nove personagens que têm suas rotinas brutalmente alteradas pelo desastre nuclear. São pessoas comuns, famílias comuns, que poderiam ser descritas como vítimas de qualquer outro evento histórico de magnitude semelhante.

 

Extraindo beleza poética de um universo mergulhado no horror, Chernobyl reflete sobre as consequências da irrefreável sede humana por poder, lucro e supremacia, capaz de destruir pessoas, famílias, cidades e histórias.

 

A peça estreou em setembro de 2019 na Sala Beta do SESC Consolação. Cumpriu temporada gratuita na Oficina Cultural Oswald de Andrade em dezembro de 2019. Foi selecionada para o Festival de Piçarras, em Santa Catarina, que não aconteceu por conta da pandemia. Foi contemplada pelo Proac Lab 41 na categoria Licenciamento. Participou do projeto #EmcasacomSesc com apresentação em outubro de 2020 transmitida ao vivo diretamente do Sesc Santana. Em abril de 2021 participou do 1o. Festival Paulista de Jogos teatrais. Foi vencedor do Proac Circulação 2021 no estado de São Paulo e cumpre atualmente turnê pelas cidades de Pindamonhangaba, Garça, São Bernardo do Campo, Espírito Santo do Pinhal e Santos.

 

A Peça Chernobyl foi indicada aos prêmios: APCA na categoria melhor direção, para Bruno Perillo. Prêmio Aplauso Brasil nas seguintes categorias: melhor iluminação, para Grissel Pinguillem; melhor figurino, para Chris Aizner; melhor direção, para Bruno Perillo; melhor espetáculo independente e melhor elenco.

 

 

Sinopse

No dia 26 de abril de 1986, à 1h23min58seg, uma série de explosões destruiu o reator e o prédio do quarto bloco da Central Elétrica Atômica de Chernobyl, próxima a cidade de Pripyat, na Ucrânia. Em meio ao caos, milhares de pessoas são obrigadas a deixar suas casas, abandonando seus bens e suas histórias. Uma boneca, Antonia, acompanha e compartilha o sofrimento de “sua família”: a menina Hanna, seu irmão Michael, a mãe Elena e o pai Igor, obrigados a enfrentar os efeitos devastadores do maior desastre nuclear da história.

 

Ficha Técnica

Dramaturgia: Florence Valéro 

(com excertos do livro “Vozes de Chernobyl”, de Svetlana Aleksiévitch inseridos por elenco e direção)

Tradução: Carolina Haddad

Direção: Bruno Perillo

Elenco: Carolina Haddad, Joana Dória, Manuela Afonso e Nicole Cordery

Trilha Sonora: Pedro Semeghini 

Iluminação e Vídeo: Grissel Pinguillem

Cenário e Figurinos: Chris Aizner

Preparação Corporal: Marina Caron

Visagismo: Cristina Cavalcanti 

Operação de Luz: Michelle Bezerra

Operação de Som: Alexandre Martins

Fotos do espetáculo: Guy Pichard e Felipe Cohen

Produção Executiva: Marcelo Leão

Produção: Anayan Moretto

 

Serviço - Chernobyl

Dias 26 e 27 de abril de 2022, às 20h no Teatro Aliança Francesa

Endereço: Rua General Jardim, 182 – Vila Buarque

Ingressos: R$ 40,00 (20,00 meia-entrada)

Duração: 95 minutos

Classificação: Não recomendado para menores de 14 anos

Fotos de Felipe Cohen

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